segunda-feira, 23 de março de 2009

Um antídoto contra o saco cheio - Max Gehringer


Concluí Biblioteconomia, e penso fazer uma pós em Ciência da Informação, para aumentar minha empregabilidade... – B.M.

Epistemologicamente, são cursos congêneres. A ciência da informação é a aplicação de recursos tecnológicos à biblioteconomia, que hodiernamente abrange tanto os livros analógicos quanto o universo digital. Se sua graduação foi adequada, você já aprendeu isso. Seria melhor você fazer um MBA, que lhe agregaria conhecimentos de administração e aumentaria suas chances de trabalho em outros setores, porque o mercado para biblioteconomistas ainda é restrito no Brasil.

Na era da informação, empresas buscam talentos empreendedores

Por Luiz Alberto Ferla - www.administradores.com.br


Estamos na Era da Informação. A cada dia uma nova tecnologia surge, abrindo muitas possibilidades para quem está conectado às novidades. É o mundo dos sonhos para quem tem espírito empreendedor e vontade de trabalhar. Os profissionais com esse tipo de perfil são verdadeiros ‘talentos empreendedores’, pessoas que dificilmente estarão fora do mercado de trabalho, mesmo em períodos de crise e incertezas.
O ambiente atual, por exemplo, possibilita a oportunidade de o profissional atuar em novas frentes de trabalho. Hoje há diversos setores e áreas que permitem que esse profissional esteja apto a desempenhar duas ou mais funções. Praticamente não há limitações se a pessoa tiver competência, discernimento, curiosidade, capacidade de aprender e energia suficientes para lançar-se em novas frentes ou reconfigurar as atividades que até então não desenvolvia.
As pessoas mais atentas e sintonizadas com a “economia do conhecimento” já perceberam que a obsolescência de conhecimentos (e de modelo mental) é um fenômeno assustador e que atinge a todos. A velocidade das mudanças, as inovações constantes, o acesso às tecnologias e as novas exigências de mercado, para o bem e para o mal, provocam desconfortos.
Os que acompanham as mudanças de seu tempo terão que “descobrir necessidades e atendê-las”, criando mais frentes de trabalho e renda para si e para outros. E não há nada de confortável nisso. É trabalho duro e ininterrupto.
A verdade é que cada vez mais espera-se que o profissional seja um especialista, mas que tenha também habilidades complementares. A pessoa talentosa é aquela que possui uma competência em grau de excelência, uma expertise. É por isso que é contratada, é isso que define a sua presença na folha de pagamento.
Empowerment
Um discurso que ganhou força na década de 70 é que as pessoas precisavam ser mais generalistas e menos especialistas. O que se queria dizer é que a nova economia exigiria pessoas abertas ao conhecimento e ávidas por aprender. Era um alerta para que não se limitassem a uma área de conhecimento, de negociação, de relacionamentos, de visão de negócios. Entrávamos na era do empowerment.
Nas empresas, níveis hierárquicos desapareceram, cargos de gerentes e supervisores foram drasticamente diminuídos e mais poder foi dado às pessoas – o que exigiu mais saber. Exigiram-se competências para além da expertise básica – o que possibilitou que as pessoas enxergassem novas oportunidades para aplicação de sua experiência e de suas habilidades extras.
Essa atitude se faz muito necessária nos dias de hoje. O profissional tem de ser multitarefa, embora, poucos se dêem conta disso. Os que preferem o conforto do conhecido, do tradicional, do consagrado, do aprendido, podem descobrir que o conforto é só aparente: que a obsolescência os ronda e ameaça seus empregos e estilos de vida.
*Luiz Alberto Ferla, CEO das empresas Talk Interactive (www.talkinteractive.com.br) – especializada em comunicação digital e Knowtec (www.knowtec.com) – especializada em inteligência competitiva. Administrador e engenheiro pós-graduado em planejamento estratégico, é também co-autor do livro “Viagem ao Mundo do Empreendedorismo”.

quinta-feira, 12 de março de 2009

12 de Março

O bibliotecário e a era do conhecimento
(Folha de São Paulo de 12 de março de 2009, pag. A3 - Tendências/Debates)
VERA STEFANOV e LEVI BUCALEM FERRARI

Hoje, no Dia do Bibliotecário, esse profissional clama pelo reconhecimento social que, todavia, ainda não lhe faz justiça plena aqui no Brasil.
AS CIVILIZAÇÕES têm como marco inicial a palavra escrita, testemunho mais eloquente de qualquer cultura. Na Antiguidade, bibliotecas foram símbolo do prestígio das cidades que as abrigavam.Zelar por elas era tarefa das mais importantes, atribuída a um segmento nobiliárquico competente. Ainda não se distinguiam os papéis do escriba e os do bibliotecário, como os entendemos hoje, mas o fato é que esses profissionais gozavam de prestígio e respondiam diretamente ao soberano.
A partir da invenção da prensa móvel por Gutenberg, aumenta exponencialmente o número de exemplares por livro e surgem os jornais, os fascículos, as revistas. Logo, as bibliotecas demandaram profissionais especializados, na moderna figura do bibliotecário -que desenvolveram sistemas mais eficazes de catalogação, disposição, conservação etc.
No Brasil, esse marco foi estabelecido pelo engenheiro, bibliotecário, escritor e poeta Manuel Bastos Tigre.A importância de sua contribuição é reconhecida também pela legislação, que apontou a data de seu nasci- mento -12 de março- como o Dia do Bibliotecário no Brasil.
Em 1906, Bastos Tigre viajou para os Estados Unidos, onde conheceu Melvil Dewey, que já havia instituído o sistema de classificação decimal. A partir de 1945, trabalhou na Biblioteca Nacional e, depois, assumiu a direção da Biblioteca Central da Universidade do Brasil. Fiéis ao espírito pioneiro de seu patrono e aos inúmeros serviços que prestou ao país e ao livro, bibliotecários brasileiros clamam na data de hoje pelo reconhecimento social que, todavia, ainda não lhes faz justiça plena.
De fato, predomina, entre nós, muito amadorismo na questão. Enquanto o bibliotecário é visto como luxo dispensável, não raro outros profissionais são chamados para quebrar o galho, comprometendo a conservação de acervos importantes, sua disposição racional e sua acessibilidade.
Nas escolas a situação é de calamidade pública. Muitas nem sequer possuem bibliotecas. Não raro, é algum professor que se encarrega de organizar o acervo.
Em outras, os livros se atulham sob escadas, corredores ou salas inadequadas. O impacto é extremamente negativo na formação dos alunos. Na idade em que a leitura precisa ser valorizada para que seu hábito se cristalize, o estudante vê livros tratados como entulho. Nada o convencerá mais tarde do contrário: o livro permanecerá entulho, e sua leitura, um ato despido de sentido.
Quanto ao ensino superior, as informações não são melhores. Boa parte dos grandes complexos educacionais privados costuma adquirir muitos livros. Mas, quantos? Uma centena de exemplares pode impressionar o leigo, mas está longe da suficiência se o número de alunos por curso passa da casa do milhar. Se isso é válido para uma política hipócrita em relação ao livro, imaginemos as proporções bibliotecário/usuário nessas instituições. Seu número é quase sempre insuficiente, como são precárias suas condições de trabalho.
No momento em que governo e sociedade no Brasil se dão conta de nossos vergonhosos níveis de leitura e se mobilizam para superá-los por meio de programas de incentivo, não é mais possível aceitarmos esses descalabros. É o momento de convocar o bibliotecário para -ao lado do educador, do escritor, do editor e de outros- traçar os rumos de uma política eficaz e duradoura para os livros e para as bibliotecas.
Entre os novos desafios, o maior vem da tecnologia da informação, que cresce exponencialmente. Ajudar o pesquisador, o profissional e o cidadão a pinçar, entre uma infinidade de informações, aquelas que realmente lhe interessam e que são confiáveis é apenas a ponta do iceberg. De fato, a possibilidade de acesso mais democrático à informação, à literatura e à cultura em geral não permitirá que o bibliotecário se aliene em relação a desafios que trazem em seu bojo a histórica oportunidade de aliança entre cultura e consciência crítica, entre informação e emancipação.
Inicialmente, ele terá de interagir em equipes multidisciplinares, em processos de mútuo aprendizado. Aos poucos, sua formação específica haverá de impor-se como peça-chave de funções socialmente tão relevantes. O bibliotecário se mostrará, assim, indispensável. Quando isso ocorrer, a forma como esse profissional for tratado por empregadores de quaisquer tipos, pela sociedade e pelo legislador representará indicador do grau de civilização que poderemos projetar para nós mesmos.

VERA LUCIA STEFANOV, 56, bibliotecária documentalista, é presidente do SinBiesp (Sindicato dos Bibliotecários do Estado de São Paulo).
LEVI BUCALEM FERRARI, 63, cientista político, é presidente da UBE (União Brasileira de Escritores).
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Um profissional que precisa lutar contra a falta de reconhecimento social e profissional e a favor de salário justo e, ainda assim, dissemina a informação, o conteúdo e ajuda a encontrar o saber, merece respeito:
PARABÉNS BIBLIOTECÁRIO!

12 DE MARÇO - Dia do Bibliotecário

Fernanda Guilhon

quarta-feira, 4 de março de 2009

Foi demitido? Que tal criar o próprio emprego em dez passos?

04 de março de 2009 às 00:08
Por Karin Sato - InfoMoney



A primeira reação de quem é demitido é procurar culpados e erros (os seus próprios e os alheios). Após certo tempo, a sensação de que o mundo acabou passa e o candidato começa a pensar nas contas a pagar. A próxima reação natural é ligar para conhecidos, contar o ocorrido e sondar a respeito de oportunidades. Depois, é chegado o momento das pesquisas na internet e do envio de currículos.
Mas Luiz Alberto Ferla, CEO da Knowtec, empresa especializada em Inteligência Competitiva, propõe o caminho inverso. No lugar de procurar por um emprego, por que não criá-lo? Segundo ele, a fatídica frase "infelizmente não vamos mais precisar dos seus serviços" pode ser a brecha para concretizar antigos sonhos, abrir o próprio negócio, ou mesmo trabalhar como autônomo. O importante é buscar a realização! Criando seu próprio emprego... Antes de se aventurar, Ferla propõe dez passos necessários.
Confira:
Entreviste você mesmo. Antes de se lançar na nova aventura, reflita sobre se você terá a dose certa de flexibilidade, paciência, cara-de-pau, iniciativa e determinação que ela exigirá. Ser patrão de si mesmo envolve uma mudança radical na vida;

Conheça o mundo no qual você está se metendo. Mesmo que vá iniciar seu caminho numa nova área, conhecer profundamente seu produto ou serviço é um passaporte para o sucesso. Não é indicado abrir uma empresa, por exemplo, se você ainda não se sente seguro no que se refere ao conhecimento necessário. Converse com quem está no ramo, faça cursos, acompanhe seus competidores;

O cliente é quem vai assinar seu cheque. Um fator determinante para o sucesso é conhecer o que o seu futuro cliente quer. Muitos empreendedores falham porque tinham na cabeça uma ideia do que o cliente desejava, quando, na verdade, o público-alvo buscava algo completamente diferente. Lembre-se de que os clientes não procuram comprar apenas um produto ou serviço. Antes disso, eles desejam adquirir um conjunto de benefícios que atendem às suas necessidades e expectativas;

Planeje. Escreva a descrição da sua futura empresa (ou emprego), faça uma análise do mercado e dos preços que você vai cobrar. Depois, elabore um plano de marketing e - o que é fundamental - um planejamento financeiro, deixando claro de onde você vai tirar o dinheiro (reservas, financiamentos especiais, empréstimo da família) e como vai utilizá-lo;

Você está bem-acompanhado? Antes de começar, é importante contar com apoiadores. Escolha o melhor contador que você conhece, um bom advogado (muita gente não gosta, mas eles são fundamentais) e, principalmente, um mentor, uma pessoa mais velha e experiente na qual você confia. Este mentor, ou mentora, pode ser achado numa faculdade, numa empresa de consultoria ou no próprio mercado;

Ande na linha. Ser oficial - fazer os registros e licenças necessárias, pagar impostos e seguir às demais orientações legais para formalização do negócio - é muito mais barato do que a chamada "economia informal". Se você for pego pela fiscalização, poderá ter de pagar por todo o passado e, provavelmente, terá de abandonar seus sonhos;

Onde estão os clientes? Comece espalhando a notícia entre quem você conhece. Esteja onde o cliente está: numa feira de negócios, convenções e eventos de interesse da área. Resumindo, mostre a cara;

Crie a sua identidade online. Dedique parte do seu tempo a criar e manter um website, com bom design e funcionalidades, e inicie uma conversa com seus futuros clientes e com o mundo. Uma página virtual é hoje parte essencial da estrutura da empresa e é o seu cartão de visitas para o mundo;

Invista em redes sociais. Sites de relacionamento e blogs são ferramentas que podem e devem ser utilizadas para que as pessoas conheçam o seu trabalho. O marketing online tem baixo custo e, se feito da forma devida, trará bons resultados. Mas atenção: não adianta pensar na web exclusivamente como um grande espaço para classificados. Para conquistar o respeito dos internautas é preciso criatividade e conhecimento da linguagem própria de cada tipo de cada ferramenta online;

Não desanime com as pequenas quedas. Empreendedores não se sentem ameaçados pelos obstáculos, imaginam caminhos novos. Aproveite os deslizes para mudar e criar valores. Iniciativa, persistência, especialização, persuasão e capacidade de assumir riscos são alguns dos traços que caracterizam o sucesso. Confie no seu potencial e mãos à obra!
(Aplique as dicas para a sua realidade! Fernanda Guilhon)