terça-feira, 25 de agosto de 2009

Defesa do Bibliotecário

13 / 07 / 2009 - 11h10min________________________________

Audiência foi solicitada pela deputada Alice Portugal

Uma biblioteca na escola, um bibliotecário! Esta será uma das metas da Frente Parlamentar em Defesa dos Bibliotecários que será lançada,possivelmente, em outubro. A ideia foi apresentada pela deputada AlicePortugal (PCdoB-BA), durante audiência pública na Comissão de Educaçãoe Cultura, nesta quinta-feira (9), e apoiada pelos parlamentarespresentes.

Alice, que propôs o debate, afirmou que a indicação de criar a Frentetem por objetivo o fortalecimento profissional do bibliotecário e areavivação das bibliotecas escolares que, em muitos municípios, estãoabandonadas. A Frente, segundo Alice, incentivará os parlamentares aapresentarem emendas individuais e coletivas para a criação debibliotecas nas escolas.

A parlamentar citou também o fortalecimento do livro didático e atransformação das bibliotecas em um espaço vivo. Dessa forma, adeputada entende que elas serão transformadas em mecanismospropulsores do conhecimento na educação brasileira.

Realidade
Para a presidente do conselho Federal de Biblioteconomia, NêmoraArlindo Rodrigues, as palavras de Alice foram direto ao cerne daquestão. A dirigente explica que a biblioteca escolar é um espaçobasilar para a formação do cidadão. Ela acredita que a bibliotecaescolar tem um papel fundamental na formação dos cidadãos conscientes.

A Presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia da Bahia, abibliotecária Lucimar Oliveira da Silva, falou sobre a sua experiênciacomo profissional da rede pública de ensino. Para ela, osbibliotecários vivenciam uma situação muito difícil em Salvador.

Segundo Lucimar, na capital baiana existem 417 unidades de ensino, com70 salas leituras e 120 bibliotecas, sendo que trabalham somente 15 profissionais bibliotecários na rede municipal.A dirigente diz que infelizmente a realidade desses espaços é péssima.

Muitas vezes eles servem como depósito, não sendo reconhecida como uminstrumento pedagógico e sim como um apêndice qualquer da escola. Deacordo com ela, um agravante maior é que os poucos profissionais queatuam nas escolas estão exercendo outras funções.A deputada comunista acha que "o Programa Nacional Biblioteca daEscola, criado em 1997, vem se modificando e se adequando à realidadee às necessidades educacionais com recursos do Orçamento Geral daUnião e do salário-educação. Contudo, é inegável que o programa nãovem alcançando os resultados esperados", afirma Alice.

Entre as debatedoras, estiveram presentes as presidentes do Conselho Federal de Biblioteconomia, Nêmora Arlindo Rodrigues; e do ConselhoRegional de Biblioteconomia da Bahia, Lucimar Oliveira Silva; bem comoa representante do Conselho Regional de Biblioteconomia de MinasGerais, Lúcia Freitas. Também compareceu a coordenadora de Contratos e Convênios do Livro Didático (FNDE), Alzeni França Millions; e odiretor da Secretaria de Educação Básica (MEC), Marcelo Soares.

Fonte: Site da Deputada Alice Portugal

Sua cidade tem bibliotecas?

Confira: http://mais.cultura.gov.br/2009/04/14/cada-cidade-uma-biblioteca/


Colaboração: Arnaldo Ricardo do Nascimento - Bibliotecário CRB-3/909

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Pedimos um minuto da sua atenção, para o nosso bem!

Tendo em vista acontecimentos recentes de pessoas que se intitulam da "Equipe do Bibiliovagas" e informam vagas inexistentes, ludibriando pessoas. Informamos que:
1- A equipe do Bibliovagas é formada por:

Fernanda Guilhon Cel.: (21) 8103-5358 / (11) 8194-6982
Nelson Oliveira da Silva Cel.: (51)8178-4511
Marcos Girardi Cel.: (21) 8291-2204

2- O Bibliovagas não entra em contato individualmente para a divulgação das vagas, todas as vagas são divulgadas simultaneamente para todos os inscritos, e são moderadas (um dos moderadores do Bibliovagas le a mensagem, e se estiver de acordo com os objetivos do grupo ACEITA ou REJEITA)

3- Caso receba mensagem, ou algum contato de qualquer pessoa (não mencionada a cima) que se intitule da "Equipe do Bibliovagas" repasse a informação para nós.

4- As vagas informadas são retiradas de sites, jornais, indicação de terceiros ou recebidos de outras listas. Não temos como verificar a vericidade de toda as informações. Cada um deve tomar os cuidados normais da internet. Verificar o site da empresa, checar telefone e endereço, trocar e-mails para se certificar se a vaga ainda esta aberta."



--
Fernanda Guilhon
Nelson Oliveira
Marcos Girardi

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Seis ministérios têm 1.669 vagas autorizadas para substituição de terceirizados

27/04/2009 13:11 - Do CorreioWeb


Os Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), da Integração Nacional (MI), da Educação (MEC) e da Justiça (MJ) foram autorizados a realizar concurso público para substituir terceirizados em situação irregular. As 1.669 oportunidades são para cargos de nível médio e superior.
De acordo com informações obtidas no Ministério Público do Trabalho e confirmadas pelo departamento de gestão do Ministério do Planejamento, a terceirização de funcionários é regular para serviços nas áreas e limpeza, copeiragem, segurança, vigilância, transportes, recepção, telecomunicações, reprografia, manutenção de prédios, equipamentos e instalações e informática.
Os editais, com mais detalhes sobre as seleções, têm prazo de seis meses para serem publicados, após a autorização.


Confira as vagas:




  • Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA): ao todo, serão 279 chances para nível médio e superior, sendo 284 destinadas ao cargo de agente administrativo, em nível médio. Para áreas em nível superior, haverá oportunidades para administrador; analista de sistemas, contador e economista.



  • Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS): Serão oferecidas 70 vagas para o cargo de agente administrativo.



  • Ministério da Educação (MEC): Haverá oferta de 290 chances, sendo a maioria destinada ao cargo de agente administrativo (265). As demais serão para áreas de assistente de alunos e técnico de enfermagem. Para nível superior, as oportunidades serão para bibliotecário - documentalista.



  • Ministério da Integração Nacional (MI): A seleção será para 293 cargos em nível médio e superior. A responsável pela organização do concurso será a Fundação Universidade de Brasília, de acordo com a autorização divulgada em fevereiro deste ano. Ao todo 342 terceirizados deverão ser substituídos. Serão oferecidas 127 oportunidades para nível superior ao cargo de técnico administrativo e 166 destinadas a atividade de assistente técnico-administrativo, em nível médio.


  • Ministério da Justiça (MJ): 450 chances serão oferecidas para cargos em nível médio e superior. Os cargos contemplados são de agente administrativo, em nível médio; analista técnico-administrativo, administrador, bibliotecário, economista, engenheiro, médico, arquivista, técnico em comunicação social, arquiteto, contador, assistente social, psicólogo, sociólogo, enfermeiro, estatístico e odontólogo.


  • Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG): Haverá oferta de 287 vagas, sendo que 255 serão destinadas ao cargo de agente administrativo e 32 para analista técnico-adminstrativo.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Desempregados usam bibliotecas para procurar emprego em NY - Joshua Brustein

Fonte: The New York Times

A busca de emprego de Anthony Morris esbarrou em um obstáculo este mês, quando a Biblioteca Pública Distrital de Queens o notificou que ele não poderia obter um novo cartão da biblioteca até que saldasse multas no valor de US$ 80.
Morris, 31 anos, está desempregado há oito meses e não tinha o dinheiro. Mas ele tinha retirado diversos livros da biblioteca, a fim de se preparar para um exame que faria como parte do processo seletivo para um emprego na geradora de energia Con Ed, e também precisava ir à biblioteca para procurar empregos na internet. Por isso, perguntou se não havia como saldar a dívida trabalhando. Depois de 22 horas separando livros na seção de referência na filial da biblioteca no bairro de Jamaica, ele recebeu seu cartão de biblioteca - e foi convidado a se candidatar a um emprego de tempo parcial na instituição. "É salário mínimo, mas melhor que zero", disse Morris, que vive perto da biblioteca e antes trabalhava em uma empresa química que produz corantes para couro. Ele ainda não foi informado se está ou não contratado. Embora resultados diretos como esse sejam certamente raros, as bibliotecas públicas da região de Nova York cada vez mais servem como centrais de emprego improvisadas.
Na filial da Biblioteca Pública de Nova York que fica na rua 58, em Manhattan, profissionais desempregados lotam os computadores, à tarde, horário que anteriormente era dominado por freqüentadores idosos, e os livros sobre como preparar um bom currículo mal param nas estantes.
A Biblioteca da Ciência, Indústria e Negócios, na rua 34, em Manhattan, atraiu 700 pessoas para um evento de preparação profissional em janeiro, e a Biblioteca Central do Bronx recentemente dobrou o número de aulas de computação que oferece aos idosos, porque as pessoas que procuram reentrar na força de trabalho estavam superlotando todas as palestras regulares. "Nós estamos há décadas envolvidos com buscas de emprego", disse Paul LeClerc, presidente da Biblioteca Pública de Nova York, lembrando que o presidente Barack Obama havia afirmado que um bibliotecário o havia ajudado a encontrar seu primeiro emprego como organizador comunitário. "Estamos mantendo uma tradição".
O novo papel das bibliotecas surge em meio a uma alta vigorosa na demanda pelos bens e serviços gratuitos oferecidos pelas bibliotecas, algo que acontece sempre que a economia se desacelera. No quarto trimestre de 2008, a circulação cresceu em 16%, se comparada ao ano anterior, na Biblioteca Pública de Nova York, que atende Manhattan, o Bronx e Staten Island.
Na Biblioteca Pública de Brooklyn, a alta foi de 9%, e na de Queens atingiu os 2%. Todos os três sistemas também reportam aumento significativo no número de visitantes. Mas as bibliotecas estão enfrentando fortes cortes de verba, de acordo com a proposta orçamentária do prefeito para o ano que vem, e também passam por outras dificuldades econômicas.
Em Brooklyn, elas começaram a fechar aos domingos, e pode ser que seu horário seja reduzido nos demais dias. Este mês, uma companhia hoteleira cancelou seus planos de adquirir a Donnell Library, uma biblioteca de cinco andares na rua 53, cuja venda ajudaria a pagar pela reforma de US$ 250 milhões que está em curso na sede da Biblioteca de Nova York, na Quinta Avenida. Na Biblioteca Central do Bronx, perto da Universidade Fordham, Janice Moore-Smith, conselheira de educação e carreiras, ao longo dos anos costumava orientar cerca de meia dúzia de usuários por dia sobre como preparar currículos. Nos últimos meses, o total cresceu para 10. E Moore-Smith diz que vem marcando mais sessões conjuntas para casais, nas quais oferece apoio emocional, além das dicas de emprego. "Estou fazendo terapia de casais", diz. O serviço mais procurado, de acordo com os bibliotecários, é o acesso gratuito a computadores.
Na Biblioteca Adolescente de Queens, em Far Rockaway, mais e mais adolescentes aparecem para usar computadores, alegando que seus pais cancelaram os provedores que tinham em casa. E porque sites em larga medida substituíram os jornais como veículo para contratação de funcionários, as pessoas que perdem o acesso encontram mais dificuldade para procurar emprego online. Kerwin Pilgrim, gerente de divisão do centro de informações sobre empregos e educação da Biblioteca Pública de Brooklyn, disse que começou a treinar 15 funcionários para que oferecessem assistência individual aos interessados em procurar emprego já na metade do ano passado, antecipando que a demanda cresceria com a piora da economia. Até recentemente, diz Pilgrim, a maioria das pessoas que recorriam às bibliotecas em sua busca de empregos eram iniciantes. Agora, a proporção de profissionais cresceu muito. "Quando os bancos começaram a quebrar, recebemos muita gente que esteve empregada por longos períodos, e por isso não atualizou currículos ou aprendeu como fazer uma boa entrevista de emprego", ele disse. "As pessoas se sentiam confortáveis com seus cargos, e basicamente nunca atualizavam seus currículos".
Tradução: Paulo Migliaci ME
Colaborador: Maria Lucia de Vargas Pimenta

segunda-feira, 23 de março de 2009

Um antídoto contra o saco cheio - Max Gehringer


Concluí Biblioteconomia, e penso fazer uma pós em Ciência da Informação, para aumentar minha empregabilidade... – B.M.

Epistemologicamente, são cursos congêneres. A ciência da informação é a aplicação de recursos tecnológicos à biblioteconomia, que hodiernamente abrange tanto os livros analógicos quanto o universo digital. Se sua graduação foi adequada, você já aprendeu isso. Seria melhor você fazer um MBA, que lhe agregaria conhecimentos de administração e aumentaria suas chances de trabalho em outros setores, porque o mercado para biblioteconomistas ainda é restrito no Brasil.

Na era da informação, empresas buscam talentos empreendedores

Por Luiz Alberto Ferla - www.administradores.com.br


Estamos na Era da Informação. A cada dia uma nova tecnologia surge, abrindo muitas possibilidades para quem está conectado às novidades. É o mundo dos sonhos para quem tem espírito empreendedor e vontade de trabalhar. Os profissionais com esse tipo de perfil são verdadeiros ‘talentos empreendedores’, pessoas que dificilmente estarão fora do mercado de trabalho, mesmo em períodos de crise e incertezas.
O ambiente atual, por exemplo, possibilita a oportunidade de o profissional atuar em novas frentes de trabalho. Hoje há diversos setores e áreas que permitem que esse profissional esteja apto a desempenhar duas ou mais funções. Praticamente não há limitações se a pessoa tiver competência, discernimento, curiosidade, capacidade de aprender e energia suficientes para lançar-se em novas frentes ou reconfigurar as atividades que até então não desenvolvia.
As pessoas mais atentas e sintonizadas com a “economia do conhecimento” já perceberam que a obsolescência de conhecimentos (e de modelo mental) é um fenômeno assustador e que atinge a todos. A velocidade das mudanças, as inovações constantes, o acesso às tecnologias e as novas exigências de mercado, para o bem e para o mal, provocam desconfortos.
Os que acompanham as mudanças de seu tempo terão que “descobrir necessidades e atendê-las”, criando mais frentes de trabalho e renda para si e para outros. E não há nada de confortável nisso. É trabalho duro e ininterrupto.
A verdade é que cada vez mais espera-se que o profissional seja um especialista, mas que tenha também habilidades complementares. A pessoa talentosa é aquela que possui uma competência em grau de excelência, uma expertise. É por isso que é contratada, é isso que define a sua presença na folha de pagamento.
Empowerment
Um discurso que ganhou força na década de 70 é que as pessoas precisavam ser mais generalistas e menos especialistas. O que se queria dizer é que a nova economia exigiria pessoas abertas ao conhecimento e ávidas por aprender. Era um alerta para que não se limitassem a uma área de conhecimento, de negociação, de relacionamentos, de visão de negócios. Entrávamos na era do empowerment.
Nas empresas, níveis hierárquicos desapareceram, cargos de gerentes e supervisores foram drasticamente diminuídos e mais poder foi dado às pessoas – o que exigiu mais saber. Exigiram-se competências para além da expertise básica – o que possibilitou que as pessoas enxergassem novas oportunidades para aplicação de sua experiência e de suas habilidades extras.
Essa atitude se faz muito necessária nos dias de hoje. O profissional tem de ser multitarefa, embora, poucos se dêem conta disso. Os que preferem o conforto do conhecido, do tradicional, do consagrado, do aprendido, podem descobrir que o conforto é só aparente: que a obsolescência os ronda e ameaça seus empregos e estilos de vida.
*Luiz Alberto Ferla, CEO das empresas Talk Interactive (www.talkinteractive.com.br) – especializada em comunicação digital e Knowtec (www.knowtec.com) – especializada em inteligência competitiva. Administrador e engenheiro pós-graduado em planejamento estratégico, é também co-autor do livro “Viagem ao Mundo do Empreendedorismo”.

quinta-feira, 12 de março de 2009

12 de Março

O bibliotecário e a era do conhecimento
(Folha de São Paulo de 12 de março de 2009, pag. A3 - Tendências/Debates)
VERA STEFANOV e LEVI BUCALEM FERRARI

Hoje, no Dia do Bibliotecário, esse profissional clama pelo reconhecimento social que, todavia, ainda não lhe faz justiça plena aqui no Brasil.
AS CIVILIZAÇÕES têm como marco inicial a palavra escrita, testemunho mais eloquente de qualquer cultura. Na Antiguidade, bibliotecas foram símbolo do prestígio das cidades que as abrigavam.Zelar por elas era tarefa das mais importantes, atribuída a um segmento nobiliárquico competente. Ainda não se distinguiam os papéis do escriba e os do bibliotecário, como os entendemos hoje, mas o fato é que esses profissionais gozavam de prestígio e respondiam diretamente ao soberano.
A partir da invenção da prensa móvel por Gutenberg, aumenta exponencialmente o número de exemplares por livro e surgem os jornais, os fascículos, as revistas. Logo, as bibliotecas demandaram profissionais especializados, na moderna figura do bibliotecário -que desenvolveram sistemas mais eficazes de catalogação, disposição, conservação etc.
No Brasil, esse marco foi estabelecido pelo engenheiro, bibliotecário, escritor e poeta Manuel Bastos Tigre.A importância de sua contribuição é reconhecida também pela legislação, que apontou a data de seu nasci- mento -12 de março- como o Dia do Bibliotecário no Brasil.
Em 1906, Bastos Tigre viajou para os Estados Unidos, onde conheceu Melvil Dewey, que já havia instituído o sistema de classificação decimal. A partir de 1945, trabalhou na Biblioteca Nacional e, depois, assumiu a direção da Biblioteca Central da Universidade do Brasil. Fiéis ao espírito pioneiro de seu patrono e aos inúmeros serviços que prestou ao país e ao livro, bibliotecários brasileiros clamam na data de hoje pelo reconhecimento social que, todavia, ainda não lhes faz justiça plena.
De fato, predomina, entre nós, muito amadorismo na questão. Enquanto o bibliotecário é visto como luxo dispensável, não raro outros profissionais são chamados para quebrar o galho, comprometendo a conservação de acervos importantes, sua disposição racional e sua acessibilidade.
Nas escolas a situação é de calamidade pública. Muitas nem sequer possuem bibliotecas. Não raro, é algum professor que se encarrega de organizar o acervo.
Em outras, os livros se atulham sob escadas, corredores ou salas inadequadas. O impacto é extremamente negativo na formação dos alunos. Na idade em que a leitura precisa ser valorizada para que seu hábito se cristalize, o estudante vê livros tratados como entulho. Nada o convencerá mais tarde do contrário: o livro permanecerá entulho, e sua leitura, um ato despido de sentido.
Quanto ao ensino superior, as informações não são melhores. Boa parte dos grandes complexos educacionais privados costuma adquirir muitos livros. Mas, quantos? Uma centena de exemplares pode impressionar o leigo, mas está longe da suficiência se o número de alunos por curso passa da casa do milhar. Se isso é válido para uma política hipócrita em relação ao livro, imaginemos as proporções bibliotecário/usuário nessas instituições. Seu número é quase sempre insuficiente, como são precárias suas condições de trabalho.
No momento em que governo e sociedade no Brasil se dão conta de nossos vergonhosos níveis de leitura e se mobilizam para superá-los por meio de programas de incentivo, não é mais possível aceitarmos esses descalabros. É o momento de convocar o bibliotecário para -ao lado do educador, do escritor, do editor e de outros- traçar os rumos de uma política eficaz e duradoura para os livros e para as bibliotecas.
Entre os novos desafios, o maior vem da tecnologia da informação, que cresce exponencialmente. Ajudar o pesquisador, o profissional e o cidadão a pinçar, entre uma infinidade de informações, aquelas que realmente lhe interessam e que são confiáveis é apenas a ponta do iceberg. De fato, a possibilidade de acesso mais democrático à informação, à literatura e à cultura em geral não permitirá que o bibliotecário se aliene em relação a desafios que trazem em seu bojo a histórica oportunidade de aliança entre cultura e consciência crítica, entre informação e emancipação.
Inicialmente, ele terá de interagir em equipes multidisciplinares, em processos de mútuo aprendizado. Aos poucos, sua formação específica haverá de impor-se como peça-chave de funções socialmente tão relevantes. O bibliotecário se mostrará, assim, indispensável. Quando isso ocorrer, a forma como esse profissional for tratado por empregadores de quaisquer tipos, pela sociedade e pelo legislador representará indicador do grau de civilização que poderemos projetar para nós mesmos.

VERA LUCIA STEFANOV, 56, bibliotecária documentalista, é presidente do SinBiesp (Sindicato dos Bibliotecários do Estado de São Paulo).
LEVI BUCALEM FERRARI, 63, cientista político, é presidente da UBE (União Brasileira de Escritores).
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Um profissional que precisa lutar contra a falta de reconhecimento social e profissional e a favor de salário justo e, ainda assim, dissemina a informação, o conteúdo e ajuda a encontrar o saber, merece respeito:
PARABÉNS BIBLIOTECÁRIO!

12 DE MARÇO - Dia do Bibliotecário

Fernanda Guilhon

quarta-feira, 4 de março de 2009

Foi demitido? Que tal criar o próprio emprego em dez passos?

04 de março de 2009 às 00:08
Por Karin Sato - InfoMoney



A primeira reação de quem é demitido é procurar culpados e erros (os seus próprios e os alheios). Após certo tempo, a sensação de que o mundo acabou passa e o candidato começa a pensar nas contas a pagar. A próxima reação natural é ligar para conhecidos, contar o ocorrido e sondar a respeito de oportunidades. Depois, é chegado o momento das pesquisas na internet e do envio de currículos.
Mas Luiz Alberto Ferla, CEO da Knowtec, empresa especializada em Inteligência Competitiva, propõe o caminho inverso. No lugar de procurar por um emprego, por que não criá-lo? Segundo ele, a fatídica frase "infelizmente não vamos mais precisar dos seus serviços" pode ser a brecha para concretizar antigos sonhos, abrir o próprio negócio, ou mesmo trabalhar como autônomo. O importante é buscar a realização! Criando seu próprio emprego... Antes de se aventurar, Ferla propõe dez passos necessários.
Confira:
Entreviste você mesmo. Antes de se lançar na nova aventura, reflita sobre se você terá a dose certa de flexibilidade, paciência, cara-de-pau, iniciativa e determinação que ela exigirá. Ser patrão de si mesmo envolve uma mudança radical na vida;

Conheça o mundo no qual você está se metendo. Mesmo que vá iniciar seu caminho numa nova área, conhecer profundamente seu produto ou serviço é um passaporte para o sucesso. Não é indicado abrir uma empresa, por exemplo, se você ainda não se sente seguro no que se refere ao conhecimento necessário. Converse com quem está no ramo, faça cursos, acompanhe seus competidores;

O cliente é quem vai assinar seu cheque. Um fator determinante para o sucesso é conhecer o que o seu futuro cliente quer. Muitos empreendedores falham porque tinham na cabeça uma ideia do que o cliente desejava, quando, na verdade, o público-alvo buscava algo completamente diferente. Lembre-se de que os clientes não procuram comprar apenas um produto ou serviço. Antes disso, eles desejam adquirir um conjunto de benefícios que atendem às suas necessidades e expectativas;

Planeje. Escreva a descrição da sua futura empresa (ou emprego), faça uma análise do mercado e dos preços que você vai cobrar. Depois, elabore um plano de marketing e - o que é fundamental - um planejamento financeiro, deixando claro de onde você vai tirar o dinheiro (reservas, financiamentos especiais, empréstimo da família) e como vai utilizá-lo;

Você está bem-acompanhado? Antes de começar, é importante contar com apoiadores. Escolha o melhor contador que você conhece, um bom advogado (muita gente não gosta, mas eles são fundamentais) e, principalmente, um mentor, uma pessoa mais velha e experiente na qual você confia. Este mentor, ou mentora, pode ser achado numa faculdade, numa empresa de consultoria ou no próprio mercado;

Ande na linha. Ser oficial - fazer os registros e licenças necessárias, pagar impostos e seguir às demais orientações legais para formalização do negócio - é muito mais barato do que a chamada "economia informal". Se você for pego pela fiscalização, poderá ter de pagar por todo o passado e, provavelmente, terá de abandonar seus sonhos;

Onde estão os clientes? Comece espalhando a notícia entre quem você conhece. Esteja onde o cliente está: numa feira de negócios, convenções e eventos de interesse da área. Resumindo, mostre a cara;

Crie a sua identidade online. Dedique parte do seu tempo a criar e manter um website, com bom design e funcionalidades, e inicie uma conversa com seus futuros clientes e com o mundo. Uma página virtual é hoje parte essencial da estrutura da empresa e é o seu cartão de visitas para o mundo;

Invista em redes sociais. Sites de relacionamento e blogs são ferramentas que podem e devem ser utilizadas para que as pessoas conheçam o seu trabalho. O marketing online tem baixo custo e, se feito da forma devida, trará bons resultados. Mas atenção: não adianta pensar na web exclusivamente como um grande espaço para classificados. Para conquistar o respeito dos internautas é preciso criatividade e conhecimento da linguagem própria de cada tipo de cada ferramenta online;

Não desanime com as pequenas quedas. Empreendedores não se sentem ameaçados pelos obstáculos, imaginam caminhos novos. Aproveite os deslizes para mudar e criar valores. Iniciativa, persistência, especialização, persuasão e capacidade de assumir riscos são alguns dos traços que caracterizam o sucesso. Confie no seu potencial e mãos à obra!
(Aplique as dicas para a sua realidade! Fernanda Guilhon)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Veja oito dicas de etiqueta hi-tech para procurar emprego

Sexta, 20 de fevereiro de 2009
www.terra.com.br


Veja oito dicas de etiqueta hi-tech para procurar emprego

Se existe algum consolo ao iniciar a procura de um emprego em meio a uma recessão, é a proliferação de tecnologias digitais que o ajudam a reingressar no mundo do trabalho.

Sites como indeed.com e o linkedin.com multiplicaram o número de ofertas de emprego que a pessoa pode acompanhar e os contatos profissionais que pode fazer. O e-mail e os celulares inteligentes tornam mais fácil divulgar currículos e marcar entrevistas.

Mas pense duas vezes antes de apanhar seu BlackBerry e digitar uma mensagem ao gerente de pessoal cujo endereço você astuciosamente obteve online, porque em última análise conquistar o emprego certo depende de capacidades antiquadas.

"O aspecto eletrônico leva o candidato até a porta", diz Dave Willmer, diretor executivo da Robert Half Technology, uma empresa de recursos humanos especializada no setor de tecnologia.
"Mas o candidato ainda precisa se apresentar bem em entrevistas pessoais, e é preciso ter boas referências", ele disse. "Creio que alguns candidatos a emprego perdem de vista esse aspecto devido a todas as opções e capacidades tecnológicas de divulgar seus nomes".

Willmer e Kate Wendleton, presidente da Five O'Clock Club, uma consultoria de carreira em Nova York, dizem que candidatos a empregos, especialmente os mais jovens e mais familiarizados com tecnologia, freqüentemente abusam dos eletrônicos e da web e desconsideram a etiqueta profissional. Eis alguns de seus conselhos:

1. Evite abusar do e-mail. Resista à tentação de responder a todos os anúncios de emprego na sua área, e se concentre nos que lhe são mais apropriados. Apenas cerca de 6% dos postos são preenchidos por candidatos recrutados com o uso de anúncios de emprego, disse Wendleton. Se você puder usar contatos pessoais para descobrir vagas menos divulgadas, suas chances crescem porque existem menos rivais.
Em lugar de abusar dos e-mails, use a web para pesquisar empregadores potenciais e se prepare para mencionar os principais motivos para que a empresa o entreviste.

2. Use o correio comum. Em seu primeiro contato com um potencial empregador, é improvável que você se destaque se for apenas mais um dos milhares de candidatos a empregos que distribuem currículos por e-mail. Os gerentes de pessoal não têm dificuldades em apagar e-mails. O uso do correio convencional permite o controle da aparência de seu currículo, enquanto no e-mail a máquina destinatária é que define fontes e espaçamento. E muita gente hesita em abrir arquivos anexos por medo de vírus.

3. Personalize. Caso você recorra ao e-mail, personalize a mensagem. Se você estiver se apresentando a um gerente de pessoal que identificou por meio de um colega, inclua o nome dessa pessoa como referência no título da mensagem e explique a conexão sucintamente (por exemplo, "fui indicado por Fulano de Tal").

4. Evite mancadas pós-entrevista. Se você conseguiu uma entrevista, preste atenção às informações sobre como fazer contato posteriormente. O e-mail pode ser uma boa opção, porque é rápido; uma carta convencional pode demorar demais a chegar e custar uma oportunidade. Se o gerente de pessoal aceita se comunicar por e-mail, envie uma mensagem contendo suas perguntas não-respondidas na entrevista, e informe que as está enviando também em cópia impressa.
Não envie mensagens pós-entrevista usando celulares ou organizadores pessoais, porque a chance de cometer erros de digitação será muito maior. Use esse tipo de aparelho apenas para mensagens breves de confirmação de horário. Não desconsidere gramática e normas ortográficas, e resista a usar smileys e emoticons.

5. Respeite os limites. Mesmo que você consiga descobrir o número do celular de um gerente de pessoal, não ligue sem autorização prévia.

6. Prefira os telefones fixos. Para qualquer contato telefônico com um potencial empregador, prefira o uso de telefones fixos. Com os celulares, o risco de conexão de baixa qualidade e de perda de ligações é muito grande. Caso você não tenha um telefone fixo, ligue de um lugar silencioso, como saguão de um hotel. Tenha papel e caneta à mão para anotar informações.

7. Use bem as redes de relacionamento. Caso você identifique um gerente de pessoal ou outro profissional com o qual gostaria de fazer contato em um site de networking, não envie um convite eletrônico sem explicar o motivo do contato. Um pedido sem justificativa pode ser ignorado. Escreva algo como "fiquei curioso sobre seu perfil no LinkedIn. Também tenho 10 anos de experiência internacional".

8. Administre sua imagem digital. Os gerentes de recursos humanos podem ir além de seu currículo e referências e executar uma verificação de seus antecedentes online. Assim, seja responsável quanto às informações que divulga em sites de redes sociais como o Facebook, e limite o acesso de seu perfil a amigos e familiares se ele contiver algo que você não deseja que um potencial empregador veja. Da mesma forma, pense antes de postar opiniões políticas ou informações pessoais em blogs e outros fóruns online. Considere usar um pseudônimo e não seu nome. "Como candidatos a emprego, eu encorajaria as pessoas a serem conservadoras em seu comportamento", diz Wilmer. "Presumam que qualquer pessoa tenha acesso a qualquer coisa que você divulgar a seu respeito".


Tradução: Paulo Migliacci ME

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

PÓS-GRADUAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DO INVESTIMENTO NA CARREIRA PARA O MERCADO

Olá!
Esta matéria foi publicada no Jornal Exta, de 29/01/2009 e acho que pode ser útil!
Sem falar, que acredito nos estudos, na informação e conhecimento. Sempre vale à pena o investimento!

Boa leitura!
Fernanda Guilhon



Enviado por Sandra Mara - 29.1.2009 / 9h00m

Pensando no que fazer em 2009 ?

PÓS-GRADUAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DO INVESTIMENTO NA CARREIRA PARA O MERCADO

Oi, bom dia, sei que a maré não anda muito para peixe nos últimos meses, está tudo super caro e com essa crise mundial, muitas pessoas estão perdendo seus empregos ... mas, ainda assim, algumas pessoas podem estar com uma graninha reservada para cursos, e como temos uma oferta de pós-graduação com preços mais acessíveis em algumas instituições de ensino, achei legal a dica que eu recebi da Marcia Helena ... segue abaixo, para vocês pensarem a respeito.

Você sabe qual a diferença entre pós-graduação “lato sensu” e “stricto sensu”?

Certamente, em uma entrevista de emprego, aquele candidato que parece valorizar a educação continuada, mostra para a empresa que se preocupa em se desenvolver, que está buscando uma visão mais global e que se interessa realmente em investir em sua carreira. Além do mais, um “título” pode até ser considerado critério de desempate na hora de se preencher uma vaga.

Mesmo assim, muitos profissionais quando buscam retomar seus estudos após a graduação, parecem ter muitas dúvidas quanto às diferenças que existem entre os dois tipos de pós que as instituições de ensino oferecem: a “lato sensu” e a “stricto sensu”.

De acordo com o Ministério da Educação, as pós-graduações “lato sensu” compreendem programas de especialização e também incluem os cursos conhecidos como MBA - Master Business. Estes possuem a duração mínima de 360 horas e, ainda, ao final o aluno obterá certificado e não diploma, sendo abertos a candidatos diplomados em cursos superiores e que atendam às exigências das instituições de ensino.

Já em relação às pós-graduações “stricto sensu”, pode-se dizer que estas compreendem programas de mestrado e doutorado abertos a candidatos diplomados em cursos superiores de graduação e que atendam às exigências das instituições de ensino e ao edital de seleção dos alunos (normalmente há prova, entrevista, avaliação do currículo e, às vezes, um pré-projeto para a futura dissertação ou tese). Nestes casos, o aluno obterá diploma ao final do curso.

Vale lembrar que para o atual mercado de trabalho ter uma especialização ainda não é propriamente um requisito, porém não deixa de ser um diferencial.

Um grande abraço!
Marcia Helena Santos / Profª de Língua Portuguesa e Revisora de Textos


Publicado: Jornal Extra

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

BIBLIOTECARIO SÍ, PERO DESEMPLEADO NOFernando Modesto

Ocorre na Espanha uma diminuição no interesse dos jovens pelo curso de Biblioteconomia e Documentação. Algumas universidades se ressentem desta queda na procura por vagas. Um dos fatores que parece contribuir para a situação é a pouca divulgação da atividade, e dos próprios cursos. Em realidade, o ensino da Biblioteconomia como de nível superior é algo recente, até então a formação decorria de cursos ministrados por alguma Associação, ou especialização ministrados em algumas poucas universidades. Com o surgimento de cursos superiores na década de 1990, o cenário começou a alterar com aparecimento de bibliotecários titulados em Biblioteconomia.

Mas a crise de interessados é significativa no atual momento. Algumas universidades buscam no ensino à distância forma de minimizar a baixa procura. Em Leon, o curso de Biblioteconomia prevê crescimento deste modelo de formação em relação ao curso presencial, e a tendência deve crescer em outras instituições.

Porém, fica a impressão de que a Biblioteconomia parece ser até mais divulgada no Brasil do que aqui. Isto, apesar de existirem várias associações de bibliotecários, bibliotecários e arquivistas, ou com outras denominações e combinações profissionais, não há uma divulgação articulada nacionalmente, assim como não há legislação que regulamente a atividade como há para advogados, engenheiros etc. As ações de divulgação ocorrem mais isoladas, limitadas a determinados procedimentos de promoção local. Entretanto, o mercado de trabalho existe, é um mercado onde atua graduado, especialista, e pós-graduado na área, ou de outra área profissional.

Nos dias 22 e 23 de outubro de 2008, visitei uma feira de empregos realizada anualmente (já é a 13ª edição) em uma das maiores universidades espanholas. Nesta edição havia 130 empresas e instituições de distintos setores oferecendo oportunidades de carreira profissional em suas organizações. O interessante era a frase de promoção do evento: "busco titulados para mi empresa; busco empresa para mis titulados", sugestão da parceria empresa-universidade, e de conceitos que marcam a formação profissional por aqui, baseada em competências e orientada ao mercado laboral.

Ao folhear o catálogo de apresentação das empresas participantes, e os perfis profissionais buscados, a frase deveria ser mais restrita, tipo: "busco engenheiros, advogados e economistas para minha empresa". Até escritórios jurídicos presentes buscavam engenheiros. Poucas solicitações para jornalistas, químicos e matemáticos, menos ainda para outras áreas, e nenhuma para bibliotecários ou correlatos. Consultei alguns dos expositores sobre as oportunidades para jovens bibliotecários. As respostas foram desde a conhecida: "Biblio o que?" (pronunciado em espanhol soa como português – que passa hombre?); ao "não sei se há um serviço de informação ou biblioteca na empresa"; ou ainda: "temos biblioteca sim, porém na matriz da Inglaterra". Até achei que fosse meu espanhol (muy castizo) afetando as indagações feitas, mas em certas respostas senti os efeitos da globalização do mercado de trabalho na Europa. Por outro lado quando digo da ausência de uma ação de divulgação, não é só a divulgação da profissão pela profissão em si, mas sua divulgação sobre uma base de conteúdo a ser oferecido para empresas e outros tipos de organizações. Afinal, bibliotecário é útil para quê, ou para quem? Há que se conhecer as tendências do mercado.

Creio que a situação que conheci ainda que parcialmente, na Espanha, não seja muito diferente do que encontro no Brasil. Mas a responsabilidade da inserção bibliotecária no mundo laboral requer cada vez mais um trabalho conjunto e coordenado de esforços institucionais da área; do estudo sistemático do mercado, do perfil e competências profissionais; e também requer um comportamento colaborativo do próprio bibliotecário na divulgação de sua profissão, e com uma atitude mais pró-ativa na busca por novas oportunidades profissionais. Saber em que somos úteis às pessoas e para instituições.

A Espanha passa por uma crise econômica séria (não só ela), o desemprego é um problema social grave atualmente. Imigrantes são indesejáveis por não haver espaços de oportunidades para todos, até as atividades menos valorizadas estão sendo orientadas para os locais. Os jornais constantemente apresentam matérias abordando a situação e até recomendando procedimentos para se mudar de atividade ou estratégias para buscar oportunidades de trabalho em um momento de recessão.

Assim, percebe-se que buscar oportunidade de trabalho é em realidade buscar informações. Requer saber o que se quer buscar, conhecer as fontes de consulta, saber definir uma boa estratégia de pesquisa, avaliar os resultados relevantes e deles extrair os pertinentes com as intenções profissionais.

Nestas crises econômicas, tais situações como o do desemprego ou da necessidade de emprego é colocado a todo trabalhador: buscar informações para se colocar. Mas será que sabemos o que queremos buscar. Sabemos ler as tendências do mercado? Temos certeza do que queremos ser ou fazer? Somos capazes de realizá-lo? Nós nos mantemos comercializáveis? Talvez algumas perguntas-chave a fazer, deveriam ser:

Que atividade na área gostaria de realizar? – A reflexão deve combinar a formação e atitudes com as circunstâncias reais do mercado de trabalho que nos circunda. É importante estar sempre bem informado sobre o mercado laboral; sobre a profissão e suas facetas ou possibilidades de atuação. Analisar se as opções escolhidas ou pensadas são viáveis para os momentos de incertezas. Porém, é fato, se durante a vida acadêmica os estágios realizados foram planejados para acrescentar vivências à formação profissional, na hora de definir caminhos, o processo será menos doloroso e sujeito a equívocos.

Busca algo por causas alheia a vontade ou por conta própria? – Eis uma pergunta delicada a se fazer. Tenho a formação e o impulso necessário para definir meu itinerário profissional, usar de meu espírito empreendedor para investir em novos campos, novas arenas profissionais. Trabalhar em grande empresa com serviços complexos de informação e gestão; ou quero iniciar ou tocar a carreira em uma instituição sem grandes perspectivas profissionais.

Deseja um emprego público ou privado? – O setor público para área da Biblioteconomia ainda é um importante empregador. Pode ser uma boa opção se nos mantivermos preparados para os melhores concursos. Atualização sempre continua, não há segredo. Porém, o setor privado oferece maior desafio e cobrança de competências. É um segmento a ser conquistado, pois muitos setores de recursos humanos desconhecem o capital de recursos de bibliotecário para o negócio da empresa, e não é para etiquetar livros – é fazer gestão competente de conhecimento.

Mudaria de cidade ou região? – Há bibliotecários que buscam esta possibilidade desde o banco universitário. Até trabalhar fora do país, outros não têm esta possibilidade em suas intenções. Mas uma experiência profissional fora é um valor que realça qualquer currículo. Além do idioma, profissionais com esta vivência são permeáveis as mudanças e mais polivalentes no seu desempenho.

Que tipo de empresa busca; ou que tipo de serviço de informação quer trabalhar? – A forma de trabalhar em uma ou outra empresa (em um ou outro tipo de biblioteca) difere em alguns aspectos. Existem prós e contras em cada caso. Há organizações da área privada ou pública que pelo seu porte apresentam poucas perspectivas de desenvolvimento profissional. Há outras, porém, que investem e facilitam a identificação do profissional com ela. É fato, também, que todo cargo almejado tem um preço, se desejamos ascender a níveis maiores, este preço será cobrado em termos de responsabilidade, habilidades, desgastes emocionais, por exemplo, independente de nossas competências em ocupá-lo. É necessário ter consciência dos desafios com todos os bônus e prejuízos; ou se deseja mesma uma zona de conforto, ainda que o fardo seja a rotina, a mesmice, porém sem sobressaltos.

Outros fatores que influem na busca da informação laboral, e na decisão de escolha por uma oportunidade referem-se ao: salário, horários, ambiente de trabalho, e plano de carreira. Tomar uma decisão despregada de uma reflexão conjunta destes valores pode resultar em uma escolha infeliz. Basear-se apenas pelo salário é como tomar um elevador no piso mais alto do prédio, e se descobrir algum tempo depois no subsolo. Não valorar a existência de um plano de carreira é seguir sempre como vagão de trem, sem poder sair do trilho. Já, não espiar o ambiente do trabalho, é correr risco de fazer companhia ao capeta.

Na busca por oportunidades, além de saber o que se deseja, conhecer as fontes de informações é essencial. Algumas alternativas neste sentido podem ser:

Mural de emprego e/ou de estágio nas universidades – muitas empresas por desconhecimento ou intenção em novos talentos, afixam oportunidades de vagas (não só de estágio) nos murais dos departamentos universitários. Além de colher estes dados no mural dos cursos de Biblioteconomia, um bibliotecário esperto olha também o mural dos outros cursos. Afinal, segundo o bibliotecário grego (e pensador) MODESTIKUS, "o petróleo não está na superfície, tem que cavar e lamber o sal". Para saber onde está sua oportunidade tem que pesquisar em outros terrenos.

Feiras profissionais e de emprego – eventos de prospecção de oportunidades, estabelecimento de contato, coletar informações, observação das tendências de mercado. Servem também para mapear conhecimentos ou competências que se deve buscar pessoalmente para se instrumentalizar.

Associações, Sindicatos e Conselhos Regionais – saber fazer uso das entidades para divulgar sua disponibilidade. Normalmente as instituições mantêm bolsas de emprego tanto para divulgação do profissional, quanto para as empresas postarem suas vagas. Além deste serviço, oferecem cursos, palestras, e organizam eventos que servem para manutenção da atualização profissional, como também contribuem para a expansão de nossa rede de contatos.

As empresas – publicidade institucional, catálogos, revistas, sites são algumas fontes que permitem identificar empresas que podem ser contatadas para encaminhamento de propostas de trabalho ou oferecimentos de projetos.

Agências de emprego – fontes tradicionais de consultas que oferecem além de ofertas de emprego integral, também temporários. Tem que estar atento à idoneidade da empresa para não cair em arapuca.

Serviços públicos de empregos – o setor público (municipal, estadual ou federal) também oferece assistência para recolocação profissional. Normalmente para funções mais operacionais.

Câmara de comércio e associações empresariais – fontes para divulgar-se profissionalmente, muitas oferecem publicações aos seus associados (pessoas físicas e jurídicas) onde anúncios podem ser feitos. Além de ser uma fonte estratégica de leitura quando se busca definir focos de atuação. É, também, um canal onde escolas e entidades bibliotecárias poderiam fazer promoção da profissão para esclarecer melhor as próprias empresas sobre a profissão.

Supermercado – sabe aquele (super ou hiper) mercado onde realiza suas compras de abastecimento, mesmo o mercadinho da esquina pode ser uma excelente fonte de prospecção de emprego. Já imaginou quantas oportunidades de trabalho você literalmente joga no lixo. Naquele enlatado pode estar uma "vagatum" interessante. No pacote de sabão-em-pó pode estar o clareamento do seu caminho de dificuldades. No pote de creme uma facilidade de adentrar por novas oportunidades. As embalagens trazem informações sobre empresas, cruze com dados colhidos na Internet, e outras fontes empresariais, some com sua pró-atividade, e ofereça projetos, proposta, encaminhe seu currículo, ao menos promova sua profissão divulgando-se.

Internet – atualmente uma ferramenta fundamental para buscar emprego. Neste sentido, o profissional deve ter em suas competências saber usar este recurso, não só como recebedor de informações via listas de distribuição, e-mail ou cadastro nos portais de emprego. Mas ser pró-ativo na busca, prospecção e avaliação das ofertas disponibilizadas na Rede. Construir o seu próprio site acompanhando as tendências da área de recrutamento empresarial de busca de talentos. E neste aspecto conhecer os conceitos de redes sociais que podem ajudar ao bibliotecário que segue pelo caminho dos espaços digitais. Pode-se começar cadastrando-se no LinkedIn, um site de busca de profissionais e de trabalho em todo o mundo. Como um diretório onde se preenche um formulário detalhando o perfil pessoal com o qual o sistema cria enlaces com outros perfis semelhantes ou de interesses comuns. A funcionalidade deste sistema está focada na oferta e demanda de trabalho. O recurso permite busca de emprego, até a possibilidade de oferecer vagas mundiais de trabalho, passando pela possibilidade de obter conselho de especialistas em temas como colocação profissional. Desenvolver um blog também é um procedimento que agrega valor ao profissional, desde que evidencie suas competências e conhecimentos profissionais. Outra fonte interessante para se conhecer e explorar Graigslist.org, uma web de anúncios classificados – em sua maior parte gratuitos. Nascida no começo de 1995, nos Estados Unidos, rapidamente se expandiu pelo resto do mundo. Uma primeira visita pode nos levar a pensar que se está em uma página web antiga, porém é um dos serviços mais práticos e inovadores do ambiente digital em termos de anúncios classificados. Como a Internet não para de apresentar inovações, há o VisualCV, uma forma totalmente eletrônica para produzir-se um currículo baseado no conceito da Web 2.0. Pode-se adicionar vídeo sobre o histórico do trabalho, ou elaborar um currículo contendo fotos, áudio, gráficos, carta de recomendação, e acrescentando certificados, artigos, textos, além de outras peças de um portfólio profissional. O recurso simplifica o compartilhamento de diferentes versões do currículo com diferentes empregadores, evitando assim o chamado "peça única de desesperados por emprego". Como todo recurso Web, tem uma finalidade comercial, mas as funções básicas (incluindo a criação e compartilhamento dos currículos) são gratuitas. Agora, se for usar cuidado com os excessos de criatividade, de resto boa sorte.

Um profissional com gana de conquistar sua oportunidade, não perde tempo reclamando da profissão, da economia, de empresas (que não contratariam bibliotecários), ou da vida. Quem busca por oportunidade, e quer que a busca seja breve, faz uso de todas as possibilidades de recursos e pensa novas alternativas. Não espera que ofertas apareçam diante dos olhos, ou caia na caixa de e-mail.

Não há milagres sem um pouco de mobilização pessoal. Leia as revistas de sua área, e das áreas de seu interesse de trabalho. Adentre pela web (visível e profunda) e use os recursos para busca de emprego. Trabalhe a rede de contato de maneira cooperativa. Anote os passos realizados, cada contato feito, as entrevistas e provas de seleção realizadas. Elaborar uma agenda de busca de oportunidade é procedimento valioso.

Nunca perca a oportunidade de conhecer pessoas. Seja um profissional simpático com as pessoas que conheça ao longo de sua vida. Nunca sabemos que papel as pessoas conhecidas poderão ter em nossa vida pessoal ou profissional. Ademais, a vida é breve para se ser esnobe, uma dosagem de humildade sem servilismo, abre portas.

Na agenda de contato registre os amigos ou conhecidos, também os familiares e os amigos dos familiares. Lembre-se que os contatos podem trazer ou nos levar muito longe, pois de um contato se passa a outro com enorme facilidade. Todos nós estamos próximos uns dos outros, haverá sempre alguém que conhece alguém, que conhece alguém, que conhece alguém precisando de alguém com o nosso perfil.

O conselho é manter uma comunicação com os contatos. Pense em um jardim, que para florir tem que ser cuidado, regado, semeado. É recomendável lembrar-se de seus contatos (momentos alegres e tristes). Faça-se presente, passe um e-mail ou dê um telefonema; demonstre verdadeira emoção para com as pessoas que podem te ajudar. Seja franco nas suas aspirações profissionais, e de demonstrações de trabalho.

Ao ter oportunidade de ser chamado para uma entrevista, ou apresentação profissional para execução de algum projeto, atenção ao detalhe:

Ser pontual. Afinal bibliotecário atrasado, não adianta.
Desligar o celular.
Se tiver que preencher algum formulário, o faça com uma boa letra (pratique ortografia, faça catalogação manual, pode ajudar).
Demonstre entusiasmo pela empresa sem servilismo (disfarce o desespero).
Mostre-se positivo sobre os motivos que te levam a mudar de emprego, por exemplo.
Seja tranqüilo e sincero nas suas respostas (como um bibliotecário de referência).
Tenha à mão uma cópia do currículo.
Não responda com sim ou não, nem fale demasiado.
Principalmente, não fale mal de ninguém, nem de suas instituições profissionais (ainda que o Conselho tenha lhe cobrado).

Comecei escrevendo sobre a falta de visibilidade do profissional aqui na Espanha, e segui pela questão da busca de emprego. Até por serem recomendações que se passam por aqui. Tudo para concluir que até em nossas ações de busca de emprego podemos colaborar ou agir para divulgação de nossa profissão. Uma profissão conhecida e bem conceituada é um patrimônio coletivo valiosíssimo. Sua construção é demorada, sua manutenção um esforço constante, sua perda a resistência de um vaso de cristal. Temos nossa parcela de responsabilidade neste esforço, ganhamos com isto, o que vai se refletir no nível de oportunidades profissionais ofertadas. O resto é um olé na crise!

Arriba! Venga el toro!

Disponível em: <http://www.ofaj.com.br/colunas_conteudo.php?cod=404>. Acesso em: 04 dez. 2008.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Atuação do bibliotecario como profissional de inteligência competitiva: caso Knowtec


Atuação do biliotecário como profissional de inteligência competitiva: caso Knowtec

From: paula.carina,
1 week ago





Apresentação realizada no XXVII Painel de Biblioteconomia em Santa Catarina pelas autoras, Paula Carina de Araújo e Maria Carolina Carlos Pinto.



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