Museólogo atua desde a identificação à exposição de obras
Curso mais antigo de museologia começou a funcionar em 1932.
Atualmente, há sete instituições que oferecem o curso, seis federais e uma particular.
Quem pensa que museu é o lugar onde estão guardadas as velharias e os objetos antigos está enganado. "Um museu é muito mais que um depósito de acervos. Ele armazena a história e a cultura de um país", afirma o professor Ivan Coelho de Sá, diretor da Escola de Museologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). A profissão do museólogo é o tema do Guia de Carreiras do G1 desta terça-feira (17).
Segundo o professor Sá, o objetivo do curso de museologia é formar profissionais capacitados para trabalhar em museus, em instituições de memória em geral, em locais de patrimônio cultural. Nos últimos dez anos, afirma, a carreira teve uma valorização. "Acho que descobriram a importância que existe em preservar a cultura e os museus como instrumentos sociais e educativos", disse o professor.
A professora Ana Maria Dalla Zen, coordenadora do curso de museologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) vai além. "Museu não é apenas um local de preservação da memória humana. Há preservação de artes sacras, de plantas, de animais. São diferentes áreas do conhecimento que estão sendo preservadas".
E, segundo Ana Maria, também está enganado quem pensa que a atividade do museólogo é rotineira e cotidiana. Ele é o profissional responsável por inúmeras atividades, entre elas:
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planejar, organizar, administrar, dirigir e supervisionar os museus e exposições;
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solicitar o tombamento de bens culturais;
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conservar, manipular e divulgar o acervo museológico;
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classificar e executar serviços de identificação dos bens culturais;
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realizar perícias destinadas a apurar o valor histórico, artístico ou científico de bens museológicos, assim como a sua autenticidade.
De acordo com o professor Sá, a carreira do museólogo é bastante específica e não pode ser confundida com a de um historiador, por exemplo. "O historiador sabe pesquisar, mas não sabe coisas técnicas de como manipular um acervo, por exemplo".
Sá dá um exemplo prático da atividade do museólogo: "Quando um quadro chega em um museu, ele precisa ser higienizado, identificado, classificado, transportado adequadamente, tem que ser avaliado o índice de luz que ele vai receber. Só essa parte técnica de preservação do bem cultural é imensa", diz o professor.
"O acervo tem que conversar com o público. O museólogo avalia até que ponto um objeto consegue relacionar o passado com o presente", afirma Ana Maria.
O curso de museologia está inserido na área de humanidades. Geralmente, nos dois primeiros anos de curso, o aluno tem contato com disciplinas de formação geral em ciências humanas, como antropologia, filosofia, sociologia, metodologia de pesquisa, ecologia (para quem for trabalhar em museu de ciências), patrimônio histórico.
Após esse período, o estudante tem contato com disciplinas mais específicas e ligadas diretamente à formação do profissional. São elas museologia e todas as suas subáreas como documentação, preservação, comunicação. No final do curso, há estágio obrigatório.
Segundo a professora Ana Maria, um bom museólogo tem que ter uma formação básica de conhecimento bastante complexa e tem que estar constantemente informado e atualizado. "É preciso visitar museus no seu dia-a-dia. Existem convênios com museus internacionais e virtuais e o aluno precisa de atualizar", disse.
O curso superior de museologia mais antigo do Brasil é oferecido pela UniRio e foi lançado por meio de um decreto presidencial em 1932. Ele começou a ser oferecido dentro do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro e funcionou lá por mais de 40 anos. Era um curso técnico, mas tinha caráter universitário e as aulas eram ministradas pelos próprios técnicos do museu. Atualmente, segundo dados do Ministério da Educação (MEC), há sete instituições que oferecem o curso, seis federais e uma particular.
Fonte: www.g1.com.br - 17/06/08 - 15h45 - Atualizado em 17/06/08 - 16h37
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